domingo, 2 de agosto de 2009

ESTRANHA SURPRESA


Meu grande amigo e irmão... Que surpresa triste é essa?
Hoje todos estão por aqui.Mas você não está...Espero pelo toque do telefone.
Tento ouvir o barulho do trinco do portão. O abrir da porta da cozinha, seus passos...
Chego a ouvir sua voz serena dizendo: ”E aí, Né”. Ansiosamente, espero, espero muito,
os minutos passam...nada acontece.Tudo é em vão. O silencio triste permanece.
A dor pungente transpassa o meu coração.
Por que a morte lhe escolheu no meio da imensa multidão?
Você tinha apenas sessenta e quatro anos, meu irmão!
Não é possível que a sua vida toda se resuma em tão pouco tempo...
Havia tantos assuntos ainda pra gente conversar...tantos risos...
Que estranha passagem é essa?
Quero acreditar que estejas em outras paragens.
Rindo, brincando e cantando. Satirizando a todos, com o seu sorriso fácil e
aquela sua eterna ironia inteligente que você fazia, com muita maestria.
Que amarga separação é essa?
Somos do mesmo sangue, da mesma têmpera, da mesma tribo, da mesma laia.
Estivemos sempre juntos, nos momentos bonitos e, em outros, de extremas amarguras e desilusões.
Agora… eu sinto a sua falta, de dia e de noite, a todo instante.Uma dor na alma, que não se acalma e que parece fazer sangrar o meu coração.
O mundo ficou bem mais triste porque você está distante...mas preciso acreditar muito que você ainda existe.
Que haverá um outro amanhecer, um novo reencontro...com longas conversas que ainda vamos ter.
Que morte caprichosa é essa?
Que chega, inesperadamente, sem mandar aviso.
Provocando apenas na boca uma secura e no corpo um ligeiro estremecimento mortal.
Retirando-lhe do nosso convívio, você que sempre foi o nosso grande amigo leal.
Ela rapidamente te carrega para a noite escura. Seu corpo permanece inerte na terra fria
Mas a sua imagem estará sempre viva, em todos os nossos dias.
Que vida subterrânea é essa, onde repousas hoje em dia?
Onde tudo é silencio, nada se fala, nada se come, nada se bebe, nem ao menos se pode pensar ou sonhar?
Onde tudo e nada pouco sentido faz.
Sem vícios, sem medos, sem perigos, sem amigos, nem inimigos...
Querido irmão...descanse em paz
E que Deus ilumine os teus caminhos.
Autor: Nelson Barh