terça-feira, 13 de novembro de 2012

Mãe Natureza!


Natureza viva, natureza morta!
N
Terra viva, geradora de vidas, que me viu nascer.
Ao teu solo regressarei um dia, não sei quando, e deixarei em teus braços quentes, meu corpo frio e doente.
Todas as minhas lembranças, crenças, esperanças, alegrias, queixas e cicatrizes, eu levarei comigo rumo à conhecida e derradeira morada.  
Terra rica de excelências! Em teu solo ando sem rumo, sentindo dores, angústias e buscando, feito louco, a razão da minha sombria existência.
Mãe Natureza, criadora de infinitos seres e devoradora implacável de tantas vidas,
vou revelar agora o teu segredo!
Conheço as tuas trilhas e os teus inúmeros disfarces e sei que, por toda parte, lanças as tuas diferentes armadilhas de sedução e morte. 
Ah, Mãe Natureza responda-me sem titubear:
Por que abates os teus filhos?
Será que é para que tu possas de novo renascer?
Terra abençoada, exaltada em versos e prosa! Mas berço de tantas injustiças sociais!
Terra de contrastes intensos. De animais belos e feios, grandes e pequenos; traiçoeiros e leais. Mas, acredite, nenhum deles é pior que os perversos seres humanos!
Natureza faminta e alucinante que abriga, em teu ventre, seus fiéis guerreiros sanguinários!
São eles humanos carniceiros, são teus súditos leais, possuem  tua triste sina de matar gente inocente e outros indefesos animais!
Terra generosa, do teu solo brota a água preciosa, a vegetação abundante e os ricos minerais; mas também aqui nascem vulcões, escorpiões, homens hostis, serpentes e outros ferozes animais. 
Terra de liberdades aparentes e medos constantes!
Terra injusta, de muitos sonhos desfeitos, onde pairam tantos sofrimentos e infinitos clamores no peito.
Terra dos grandes imperadores , descobridora de outras terras e de outros mares e autora de tantas guerras, mazelas e dissabores!
Nesta Terra misteriosa, cheia de encantos, contrastes e magia; eu, partícula ínfima de terra, avisto todos os teus recantos; percorro teus vastos desertos, agora já com passos incertos, feito uma ave ferida, sem energia… preste a ser abatida.
Terra esplêndida!
Natureza exuberante!
Terra selvagem! 
Natureza Magnífica! 
Terra fascinante!
Natureza mortal!
Terra criadora, natureza predadora!
Terra, qual será o teu futuro? Ficarás inerte, diante da iminente morte, vagando deserta pelo universo frio...vítima dos seus próprios filhos insanos? 
Vamos conter os nossos brutos instintos e preservar a vida!
“A Natureza cria, destrói e se renova e, todos nós, que somos parcela integrante dela, agimos do mesmo modo. A vida provém da morte e a renovação da semeadura”. Nelson Barh 
feito louco, a razão da minha sombria existência.