terça-feira, 22 de novembro de 2011

Família e Casamento


Relembro dos meus tempos de criança e como me sentia tão alegre e protegido quando minha família estava toda reunida.
Hoje aqui estou para tecer algumas considerações a respeito da família e do casamento. Sei que agradarei a alguns e, com certeza, descontentarei a muitos. Mas, vamos lá...
Considero família um conjunto de elos de uma corrente mágica. Um grupo social bastante singular. Onde cada membro representa o seu distinto papel. Às vezes,eles têm muito em comum, outras vezes, quase nada..Estão espalhadas por milhares de lares, partilham alegrias e tristezas unidas por uma força invisível, totalmente estranha, mesmo quando falta o precioso pão.
Talvez, movidas não só pelo sangue, mas principalmente pelo afeto, atravessam firmes e confiantes diante dos inúmeros acontecimentos: privações, doenças, adaptações, conflitos, vitórias, fracassos, nascimentos, mortes, etc.
Embora, muitos acreditem que família seja apenas o casal e seus filhos. Eu entendo família como pessoas do mesmo sangue: pai, mãe, irmãos, filhos,tios,avós,bisavós e também fiéis amigos..
Agora, o que posso dizer a respeito do imponderável casamento...
A união de um casal estabelece uma aliança, um vínculo, que chamamos de casamento.
Nossos filhos sempre serão nossos filhos, assim como, nossos pais, avós, irmãos,tios e netos.Todavia,o vínculo que une marido e esposa, termina quando é desfeita a união.
Há sempre uma razão para a escolha do casal que resolve se casar: procriação,segurança, sexo, etc. O casal faz plano e almeja um convívio sólido e bonito, repleto de coisas boas, um ao lado do outro; hoje, amanhã e sempre.
O casamento é a união de duas pessoas carentes e sonhadoras, que não se conhecem profundamente e que resolve  foderem-se juntas.Nelson Barh
Entretanto, não existe uma fórmula para a durabilidade da união. Talvez a medida certa, seja o amor, o respeito, a admiração, a tolerância. Mas, ninguém pode ter certeza do futuro e, assim sendo, eles não sabem aonde vão chegar .
Além disso, tudo pode separar uma união frágil, feita de aparências, de mentiras. Sendo que, quando o sonho acaba, com ele acaba o encanto e o laço amoroso fica desfeito.
A monotonia do casamento começa na cama e o amor termina quando surge a insossa amizade.
Portanto, ninguém é obrigado a conviver com quem não ama. Gente é gente, não é objeto de uso pessoal. O amor pode exigir tudo de nós, menos que sejamos escravizados e usados como panos de chão.
Quando um homem e uma mulher se separam, não estão traindo seus votos, estão reencontrando seus caminhos.
Isto é, a traição deixa de existir, quando não há mais afeto; e a pior traição que os pais fariam aos seus filhos, seria criá-los num ambiente de hipocrisia e desamor.
Também não se pode querer que os filhos permaneçam numa redoma de concreto armado, ignorando o que se passa no mundo exterior.
Cabe aos pais serem protetores e guias dos filhos e não apenas meros amigos.
A melhor proteção que os pais podem dar aos filhos é deixá-los andar com os próprios pés. Os filhos devem ser responsáveis pelos seus atos. 
Os pais devem cuidar dos filhos: alimentando, educando, protegendo e transmitindo bons valores. Enfim, preparando-os para enfrentar a vida em sociedade.
Os filhos ao chegarem à idade adulta terão a opção de formar uma nova família.E assim, um novo ciclo ressurge...
As diferenças desaparecem. O homem cresce, casa, tem filhos e torna-se um burro de carga aflito e atordoado, meio cego, meio surdo; a mulher cresce, casa, tem filhos e torna-se uma escrava completamente tonta e eternamente preocupada com seus filhos, netos e bisnetos. Nelson Barh
Atualmente, o conceito de família está desgastado, os casais estão desestruturados, o respeito mútuo, que havia outrora, foi jogado na lata do lixo. Os filhos são educados, ou melhor, deseducados pelos meios de comunicação e pelos próprios pais. 
As pessoas buscam o prazer intenso, total liberdade, que erroneamente  chamam de "felicidade" e, para tanto, não aceitam limitações; mergulham de cabeça num subjetivismo exacerbado e acabam destruindo a célula máter da sociedade: a família.
Os pais são meros fantoches de mãos atadas, observando aturdidos: a prepotência dos filhos, seus descomedimentos, seus desapreços pela família.
Espero que as religiões reformulem seus conceitos. Que os pais vivam plenamente e não apenas em função dos seus filhos. E que os filhos reconheçam que os pais, são sempre seus melhores amigos.
Acredito que o meu recado foi dado, todavia...
Há momentos na vida que tentamos ajudar alguém, ofertando um sorriso, uma palavra amiga; transmitindo confiança, demonstrando solidariedade nos momentos difíceis, sem que tenhamos nenhum interesse escuso. Todavia algumas pessoas, pertencentes ao nosso círculo de amizades, nos olham de soslaio, com ares maliciosos e repletos de recriminações. 
Parece que ninguém acredita que alguém possa fazer o bem desinteressadamente..
."SÃO OS CHAMADOS TEMPOS MODERNOS".

Texto: Nelson Barh