sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Desencanto


Desencanto
Aqui estou eu de volta...depois de andar por estranhos caminhos, de mergulhar no submundo, de perder a esperança na vida, depois de quase morrer...estou de volta.
Sabe, andei perambulando por entre sombras em busca da paz perdida e descobri que perante a Natureza pouco importa os seus bons sentimentos o que conta e tem valor é apenas a sua força. Na luta entre o bem e o mal...agora já sei quem é o grande vencedor.
Ah,tentei compreender os desígnios divinos, se é que eles realmente existem.Tentei saber o porquê de tantas feras mesquinhas, verdadeiras víboras humanas, serem abençoadas e tão bem protegidas neste vasto mundo.
Enquanto pessoas boas estão totalmente desamparadas e são cruelmente atingidas por uma força avassaladora que tudo rompe, tudo flagela e tudo destrói, sem nenhum traço de piedade.
Como entender os propósitos de Deus? Tanta gente ruim estando numa boa e tanta gente boa padecendo tantos males.
Creio que a aliança divina foi rompida ou perdeu a validade; que estamos totalmente sozinhos neste vasto Universo. Nossos bons guardiões partiram para nunca mais voltar.
Será que as nossas lutas e orações foram em vão... Será que os nossos melhores valores caíram por terra? Que estranho porvir terá as gerações vindouras?!
A violência está  por toda parte, nas casas, nas ruas, nos hospitais, nos estádios, nas escolas e cercanias.Estamos à mercê de bandidos frios , de traficantes impiedosos,  de pedófilos incorrigíveis,de policiais inescrupulosos, de governantes corruptos e de pais omissos.

 Nossas instituições estão falidas, nossas crenças são um amontoado de puras fantasias, criadas num tempo remoto que não volta jamais.
A maldade criou asas, atravessou horizontes e paira soberana sobre todos, ofuscando a Luz divina. Há entre os bons um gosto de medo, de desalento, de total desencanto no amanhã.
O que fazer diante do caos que se abateu sobre nós? Uma nova aliança? Talvez...Não podemos ceder diante do mal, das influências perniciosas que inundam a nossa existência.
Temos que aprender a viver, que valorizar a vida, a família e, mais do que nunca, temos de buscar reaprender o verdadeiro significado do amor e, simplesmente voltar a amar os nossos semelhantes e dessemelhantes.
Não podemos jamais desistir, temos que continuar acreditando que haverá um novo tempo e um mundo ainda melhor.

Texto: Nelson Barh